Circuito Econômico Solidário

Do que você precisa para o seu Bem-Viver?

Os seres humanos, há muito tempo mantêm relações sociais permanentes realizando diferentes tipos de intercâmbio para atender às suas necessidades e desejos, dando origem às comunidades humanas.

Quando tomamos consciência dessa função original e nos damos conta de como o atual modelo econômico baseia-se em fluxos de poder e dominação do trabalho, percebemos que o dinheiro não é a única forma de acessar o que nos traz qualidade de vida e que a maioria das nossas necessidades são supridas em comunidade e podem estar disponíveis para todos!

Um Circuito Econômico Solidário é um modo de atender às necessidades do nosso bem-viver com a lógica da Economia Solidária. Uma prática que já funciona em várias partes do mundo e visa reorganizar solidariamente os Fluxos Econômicos de um território ou rede, oferecendo uma experiência de consumo, produção,  trocas e dádivas que atendam às nossas necessidades para o Bem-Viver Coletivo!

O que é Economia Solidária? 

A Economia Solidária (ECOSOL) visa abolir a exploração do trabalho pelo capital, a degradação ecológica do planeta e refundar as relações sociais com base na solidariedade e no bem comum. A liberdade, a autogestão, a transparência e a sustentabilidade são alguns de seus princípios.

Na medida em a economia solidária avança como economia de libertação, organizam-se redes e circuitos econômicos solidários e subverte-se a lógica de produção e de intercâmbio do capital, então a sua prosperidade se converte em libertação das forças produtivas e  neste caso se torna cada vez  maior a apropriação através  de dádivas e trocas  que vão atender o bem-viver das pessoas, diminuindo assim, a  necessidade de comprar.

O que são sistemas de intercâmbio solidários e Redes de Economia Solidária?

As redes de economia solidária surgem toda vez que iniciativas econômicas solidárias integram de forma colaborativa os seus fluxos econômicos de matérias, produtos e valores, obtendo insumos em conjunto, realizando intercâmbios econômicos entre si, comercializando em conjunto, organizando fundos de investimento, soluções de logística, etc.

Apresentam novas e antigas formas de organizar-se atividades de consumo, comercialização, produção, financiamento e desenvolvimento tecnológico, buscando alternativas para resolver seus próprios problemas e, ao mesmo tempo, construir sociedades mais justas e sustentáveis.

“Por isso é fundamental entender  que o objetivo principal das Redes de EcoSol é substituir todos os processos – de produção, de troca, de comercialização, de crédito etc – para não depender do capital. E é disso que trata a Metodologia do CES que vem sendo aplicada em alguns países, incluindo aqui em Curitiba na fase inicial .” Euclides Mance

Circuito Econômico Solidário

Imagine como seria se além de consumir o que deseja você soubesse que está beneficiando uma cadeia solidária e sustentável de produção e consumo. Se você conhecesse a origem daquilo que consome e tivesse uma relação próxima com quem produz. Se a sua família desse suporte direto a produção de alimentos orgânicos, saudáveis e agroecológicos.

Um Circuito Econômico Solidário é um modo de atender às necessidades do nosso bem-viver com a lógica da Economia Solidária. Visa reorganizar solidariamente os Fluxos Econômicos de um território ou rede com o primeiro objetivo de atender ao BEM VIVER das pessoas, não apenas de forma individual mas o bem viver COLETIVO. Dessa forma em que a ampliação da minha liberdade, naturalmente amplia a liberdade dos outros.

Paulo Freire dizia que nos libertamos em comunidade! E isso nos leva ao SEGUNDO OBJETIVO doum Circuito Econômico Solidário que é esse de libertação das forças produtivas.

Com essa prática constante, atendendo o nosso bem viver, dependendo cada vez menos do capital para isso, chegamos enfim ao TERCEIRO E MAIOR OBJETIVO do circuito, que é o de ampliar oportunidades de LIVRE APROPRIAÇÃO, onde o capital pode ser superado ao passo em que a comunidade se organiza de forma solidária.

Uma outra economia é possível e já está acontecendo!

Em Curitiba

Em Curitiba um Circuito Econômico Solidário já está em implementação  desde de junho de 2016. Foi, a primeira iniciativa no Brasil, implementada pelo Instituto Nhandecy com a assessoria técnica do autor desse método, Euclides Mance. 

De lá para cá já realizamos mais de 15 compras coletivas, 4 feiras de troca e dádiva e cerca de 60 famílias cadastradas têm à disposição uma plataforma com mais de 900 itens para compra coletiva, dos quais mais de 50% são de cadeia solidária e/ou ecológica. O modelo já se provou viável, gerando um Fundo Solidário, e caminha para a sustentabilidade.

Além da oportunidade de realizar compras, trocas e dádivas de forma coletiva para atender nossas necessidades materiais, o circuito também proporciona o  desenvolvimento de vínculos e relações entre as pessoas,  trocas de saberes e fazeres, que são a maior riqueza desta visão de mundo. Este é o grande potencial de libertação, das pessoas, de seus talentos, da força de trabalho e, consequentemente, da economia.

Como funciona?

• Você se cadastra e escolhe um valor fixo para aporte mensal;
• Mensalmente acessa a lista de compras na plataforma virtual Solidarius ​e faz seus pedidos até o quinto dia útil de cada mês​;
• Você tem liberdade para escolher produtos diversos, os mesmos que compra no supermercado, mas caso deseje, ainda terá oportunidade de acessar opções orgânicas, agroecológicas e solidárias​ a um preço acessível;
• No dia da entrega, ao buscar a sua cesta você participa de um encontro onde pode experimentar outras práticas da Economia Solidária em contato com outras famílias, produtores e fornecedores, como:
• Feiras de Troca e Dádiva, Bazares, Rodas de Conversa, entre outras​.
• Por fim, 10% do valor da sua compra retorna em pontos para serem trocados com outros participantes do circuito;
• O excedente gerado em pontos permanece lastreado em um Fundo Solidário.

Clique aqui e cadastre-se para participar! 

O que é o Fundo Solidário?

Enquanto a lógica de mercado trata os excedentes como lucro a ser acumulado por um empresário, na lógica da Economia Solidária todo o excedente (aquilo que sobra após remunerar de forma justa produtores, fornecedores e trabalhadores envolvidos) gera um fundo gerido entre todos num sistema de autogestão.

O Fundo Solidário pode ser usado com a finalidade de financiar atividades de interesse comum do circuito, como dar melhores condições de produção, baratear processos produtivos ou ainda oferecer parte em bens e serviços para a livre apropriação da comunidade. Pode ainda financiar atividades como Bancos Comunitários, Cartões de Crédito Solidários e Fundos Rotativos. Assim, são estimuladas atividades de microfinanças solidárias sob gestão comunitária, alavancando práticas de consumo e produção solidárias em territórios periféricos e regiões desassistidas.

Qualquer participante do circuito pode apresentar projetos de investimento ou de Empreendimentos Econômicos Solidários que serão avaliados em conjunto pela comunidade, que então decidirá a melhor forma de aplicar os recursos que nós mesmos geramos como fruto do nosso trabalho coletivo!

Sendo  o Circuito Econômico Solidário (CES) uma visão de mundo que se expressa  através de uma metodologia que contribui  de forma objetiva para atender às necessidades de nosso bem-viver com a lógica da economia solidária, para que outros coletivos implementem, pressupõe-se que compreendam os fundamentos, e participem de uma formação básica, para que se apropriem e repliquem e pratiquem  a metodologia no local que desejarem.

Formação em Circuitos Econômicos Solidários

Realização: Instituto Nhandecy e Solidarius (http://www.solidarius.com.br/)  Assessoria: Euclides Mance Parceria: Solidarius (http://www.solidarius.com.br/)

​A formação “CIRCUITOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS” dirige-se a todas as instituições, empreendimentos solidários, cooperativas, redes de economia solidária, bancos comunitários, Clubes de trocas, todas as pessoas interessadas no assunto e nas praticas de intercâmbios solidários. O programa foi desenhado com base na pedagogia impulsionada na América Latina por Paulo Freire, a Educação Popular que oferece, além de uma visão e compreensão geral da Economia Solidária (ECOSOL), a própria prática da mesma quando na construção dos Circuitos Econômicos Solidários locais, durante a formação.

​O propósito da formação é compartilhar e construir conhecimentos significativos na prática da Economia Solidária, potencializando capacidades para:

• ​Desenhar e aplicar novas estratégias na construção de sistemas de intercâmbios solidários;
• Mapear fluxos econômicos locais;
• Implementar uma comunidade de prática.​

​Duração: Adaptável a cada contexto, o curso anteriormente foi organizado em 6 módulos presenciais, distribuídos em 4 finais de semana, devendo cobrir um total de 96 horas presenciais, mais 48 horas de práticas a distância.

Entre em contato se você quer saber mais ou tem interesse em levar uma formação para o seu contexto de atuação: [email protected] ou [email protected]